Bolsonaro só vai depor após ter acesso a autos do processo

O advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro, Fabio Wajngarten, afirmou que o ex-presidente só vai poder depor para a Polícia Federal após ter acesso aos autos da Operação Venire.

A operação investiga a adulteração de cartões de vacinação da Covid-19 por parte de Bolsonaro. Os cartões adulterados seriam não só dele, como também da família. 

Bolsonaro faria um depoimento hoje para discorrer sobre o recebimento de joias de presente do governo da Arábia Saudita, porém, devido a operação que vem sendo realizada, o pronunciamento foi adiado. 

No momento em que Wajngarten deixou a sede da polícia federal, informou aos jornalistas que estavam presentes sobre a situação atual dos também envolvidos no processo, sendo eles:

• Max Guilherme, policial militar e segurança de Bolsonaro
• Mauro Cid Barbosa, tenente-coronel e ex ajudante de ordens do ex-presidente
• Sérgio Cordeiro, militar do Exército e ex segurança presidencial

Sendo assim, Fabio Wajngarten disse: ‘’O Max Guilherme já prestou depoimento, já foi ao IML e já fez um exame de corpo de delito. O coronel Cid ainda não prestou depoimento; e Sérgio Cordeiro prestará depoimento em breve’’.

Bolsonaro se posiciona a respeito da Operação Venire

Segundo o Poder 360, na noite de hoje, durante sua participação no programa ‘’Pânico’’ da Jovem Pan, Bolsonaro contou que estava em sua residência quando a operação de busca e apreensão  aconteceu.

‘’Motivo principal da busca e apreensão é fraude na carteira de vacina. Até respondi para eles, não precisava ter respondido, mas uma ambiente cordial, né. Não me perguntaram também. Eu falei para eles que não havia tomado a vacina em especial depois que li o que eu chamo de bula da Pfizer. Quando eu li lá atrás eu falei ‘não posso tomar esse negócio aqui. Isso é problema meu’. E resolvi não tomar a vacina. ‘’, disse ele.

Além disso, no meio da entrevista, ao ser questionado se estava ou não com seu celular, em meio a tantas informações repassadas, ele contou:  ‘’Não. O meu celular está com a PF. O da Michelle foi visto lá. O dela é o reconhecimento facial e deixaram com ela. Houve a apreensão de uma pistola minha.’’

Advogado de Bolsonaro solicita acesso a depoimentos

Sobretudo, o advogado afirmou que não teve acesso ao depoimento de nenhum deles até o momento. Inclusive, Fabio já entrou com uma petição junto ao STF (Supremo Tribunal Federal) para solicitar o acesso.

‘’O advogado Marcelo Bessa acompanhou a ação, logo cedo, de busca e apreensão na residência do ex- presidente, e já peticionou ao ministro Alexandre de Moraes pedido para ter acesso aos autos da operação de hoje. O presidente virá depor tão logo tenha acesso aos autos, fato este que ainda não é se consumou’’, disse Fabio Wajngarten, de acordo com a Agência Brasil.

Líder do Partido Liberal se frustra após início de investigações

Altineu Côrtes, líder do partido do ex-presidente, o Partido Liberal, disse para a imprensa que pensa que a motivação para tudo isso estar acontecendo teria sido o adiamento da PL das Fake News (fato que nosso portal anunciou ontem).

Confira em: Moraes exige retirada de ataques contra a PL

‘’Na política, a gente não quer sempre ligar os fatos. Mas o governo teve uma derrota na tentativa de aprovar o texto das Fake News, foi aberta a CPMI de 8 de janeiro, Bolsonaro foi à Agrishow e a população toda abraçando ele. Chega agora e acontece um fato como esse’’ , disse o líder do PL e também deputado federal, segundo informações do site Agência Brasil.

Bolsonaro recebe joias vindas da Arábia Saudita

Primeiramente, no mês de março o ex-presidente recebeu um pacote de joias – que foram trazidas pelo ministro de Minas e de energia, Bento Albuquerque -. Dentro do pacote havia caneta, relógio, anel e também um tipo de rosário. 

Segundo informações do “O Globo”, o ‘’presente’’ ficou guardado por mais de um ano na sede do Ministério de Minas e Energia para só depois ser levado para o Palácio do Planalto. Desta forma, o material chegou ao Brasil no ano de 2021 através do ministro e não chegou nem a ser declarado.

Com isso, em sua defesa Jair disse que não havia recebido nenhum presente, além de insistir que não teria cometido nenhuma ilegalidade. ‘’Estou sendo acusado de um presente que eu não pedi, nem recebi. Não existe qualquer ilegalidade da minha parte. Nunca pratiquei ilegalidade. Veja o meu cartão corporativo pessoal. Nunca saquei, nem paguei nenhum centavo nesse cartão’’, disse ele.