No ritmo atual, o urso polar e outros animais podem ser extintos até o final deste século se as temperaturas continuarem a “subir nos oceanos”. Isso é o que afirma os biólogos do Instituto de Tecnologia da Flórida e da Universidade da Carolina do Norte (EUA), num relatório publicado na revista Nature Climate Change.
Segundo os especialistas, é esperado que a temperatura do oceano aumente em 2,8 graus célsius, podendo causar uma perda catastrófica da fauna marinha até 2100 – já que grande parte desses animais não serão capazes de tolerar a temperatura do oceano.
“Com um aquecimento de tal magnitude, podemos ter a perda de muitos, se não a maioria das espécies animais de áreas marinhas protegidas, até o final do século”, diz o estudo liderado por John Bruno, biólogo da Universidade de Carolina Norte em Chapel Hill.
As zonas marinhas protegidas (considerado como um refúgio para ursos polares, corais e outros animais) estão ali para proteger as espécies ameaçadas por ações humanas, tais como a pesca indiscriminada e a extração de óleo. “Porém, elas não serão capazes de preservar as espécies a partir dos efeitos de aquecimento global”, disseram os cientistas.
Concentrações reduzidas de oxigênio no oceano, uma das consequências do aquecimento, tornarão as áreas marinhas protegidas inabitáveis para a maioria das espécies.
Existem atualmente 8.236 áreas marinhas protegidas no mundo, embora cubram apenas 4% da superfície do oceano. No Santuário Marinho Nacional da Florida, um grande número de corais foi destruído por branqueamento e doenças relacionadas a altas temperaturas, segundo o estudo.
“As atuais medidas de proteção não serão efetivas até 2100 se as emissões de gases de efeito estufa continuarem aumentando até o ponto atual”, disseram os pesquisadores.
Richard Aronson, co-autor do estudo e chefe do departamento de engenharia oceânica e ciências marinhas da Universidade de Tecnologia da Flórida, observou que a vida selvagem do Ártico e da Antártica está particularmente em risco.
