O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apelou por um esforço conjunto para a retomada do superávit primário brasileiro, durante o Almoço Anual de Dirigentes de Bancos em São Paulo, na sexta-feira (29). Haddad enfatizou a necessidade de convencer todos os setores da importância da contenção de gastos, afirmando que: “Temos que fazer um esforço dentro de casa, convencer os ministros da necessidade de contenção da dinâmica da evolução do gasto público, convencer o Congresso Nacional”.
Segundo o ministro, a tarefa, embora desafiadora, é viável, já que “a caixa de ferramentas do Poder Executivo é infinita”. Ele destacou o apoio de Arthur Lira (presidente da Câmara) e Rodrigo Pacheco (presidente do Senado) na aprovação do pacote de corte de gastos obrigatórios de R$ 70 bilhões, previsto para votação até o final do ano. Haddad relatou um alinhamento positivo entre os presidentes do Congresso e o presidente Lula, ressaltando: “Eu presenciei a reunião dos dois com o presidente Lula, e o alinhamento não poderia ser melhor”.
O ministro também mencionou a reforma tributária em curso, advertindo que: “As graves distorções do nosso sistema tributário estão sendo corrigidas”, e que eventuais isenções “alguém vai ter que pagar por elas”. Haddad reconheceu o trabalho do Congresso no controle dos gastos primários em 2024, lembrando que estes gastos se referem às despesas com serviços públicos essenciais, como educação e o SUS. Ele antecipou a possibilidade de ajustes no pacote de gastos pelo Congresso em 2025, considerando a natureza democrática do processo legislativo, onde “as pessoas pensam diferente”. Haddad também reconheceu a incerteza gerada pelo retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos.
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, presente no evento, reforçou a necessidade de gestão fiscal responsável, declarando: “não se pode gastar mais do que se tem”. Tebet apontou a indexação como um dos principais problemas do país, argumentando que: “o problema do país não é gastar muito, mas gastar mal”. Ela destacou o compromisso com ajustes fiscais sem prejuízo de direitos sociais, desde que dentro do orçamento, afirmando que o governo já se encontra “no limite do arcabouço com educação e saúde”.
Pontos-chave da notícia:
- Necessidade de esforço conjunto para alcançar o superávit primário.
- Pacote de corte de gastos de R$ 70 bilhões em tramitação no Congresso.
- Apoio de líderes do Congresso à proposta governamental.
- Preocupações com a reforma tributária e eventuais isenções.
- Perspectiva de ajustes no pacote de gastos em 2025.
- Incertezas geradas pela volta de Donald Trump à presidência dos EUA.
- Importância da gestão eficiente dos gastos públicos.
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