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ONU: 140 mulheres mortas diariamente em feminicídios globais

Um relatório alarmante divulgado pela ONU Mulheres e pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) no Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, 25 de novembro de 2023, revelou que 140 mulheres e meninas são vítimas de feminicídio a cada dia em todo o mundo. O estudo, intitulado “Feminicídios em 2023: Estimativas Globais de Feminicídios por Parceiro Íntimo ou Membro da Família”, aponta para um total de 85 mil mulheres e meninas mortas intencionalmente em 2023, sendo que 60% desses crimes foram cometidos por parceiros íntimos ou outros membros da família.

Os dados revelam uma triste realidade global. A África registrou as maiores taxas de feminicídios relacionados a parceiros íntimos e familiares, seguida pelas Américas e pela Oceania. Entretanto, as dinâmicas da violência variam regionalmente. Na Europa e nas Américas, 64% e 58% das mulheres assassinadas em ambiente doméstico, respectivamente, foram vítimas de parceiros íntimos. Em outras regiões, membros da família foram os principais agressores. O relatório ressalta que Mulheres e meninas em todo o mundo continuam a ser afetadas por essa forma extrema de violência baseada no gênero e nenhuma região está excluída.

A publicação também chama a atenção para outras formas de feminicídio, além dos crimes cometidos por parceiros ou familiares. Essas formas adicionais representaram mais 5% do total de homicídios contra mulheres em 2023, destacando a complexidade e amplitude do problema.

Apesar dos esforços feitos por diversos países para prevenir os feminicídios, eles continuam a registar níveis alarmantemente elevados. São, frequentemente, o culminar de episódios repetidos de violência baseada no gênero, o que significa que são evitáveis por meio de intervenções oportunas e eficazes, concluiu o documento da ONU. O relatório enfatiza a necessidade urgente de estratégias de prevenção e intervenção eficazes, para interromper o ciclo de violência e proteger as mulheres e meninas em todo o mundo. A constatação de que a maioria desses casos são previsíveis e evitáveis reforça a necessidade de políticas públicas robustas e de uma mudança cultural que desafie a normalização da violência de gênero.

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