A Polícia Federal (PF) concluiu o inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado após as eleições presidenciais de 2022, indiciando 37 pessoas. O relatório, encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), acusa os envolvidos de **três crimes graves**: abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.
Entre os indiciados, destacam-se figuras de proeminência no cenário político e militar brasileiro. O ex-presidente Jair Bolsonaro figura na lista, juntamente com o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno, o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos, e o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel do Exército Mauro Cid. Também foram indiciados o deputado federal Alexandre Ramagem (ex-diretor da Abin), o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.
A investigação da PF detalha a atuação de seis núcleos distintos dentro da suposta organização criminosa. Esses núcleos demonstram uma estrutura complexa e coordenadas ações com objetivos específicos:
- Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral: Responsável pela disseminação de notícias falsas e ataques à legitimidade do processo eleitoral.
- Núcleo Responsável por Incitar Militares a Aderirem ao Golpe de Estado: Envolvido em tentativas de convencer militares a participarem da trama golpista.
- Núcleo Jurídico: Provavelmente responsável pela assessoria legal e elaboração de estratégias para dar suporte jurídico aos planos golpistas.
- Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas: Atuou na execução prática das ações planejadas.
- Núcleo de Inteligência Paralela: Provavelmente coletava e analisava informações de inteligência fora dos canais oficiais.
- Núcleo Operacional para Cumprimento de Medidas Coercitivas: Responsável pela implementação de ações coercitivas, caso os planos golpistas fossem bem-sucedidos.
A lista completa dos 37 indiciados, em ordem alfabética, inclui:
- Ailton Gonçalves Moraes Barros
- Alexandre Castilho Bitencourt da Silva
- Alexandre Ramagem
- Almir Garnier Santos
- Amauri Feres Saad
- Anderson Lima de Moura
- Anderson Torres
- Angelo Martins Denicoli
- Augusto Heleno
- Bernardo Romão Correa Netto
- Carlos Cesar Moretzsohn Rocha
- Carlos Giovani Delevati Pasini
- Cleverson Ney Magalhães
- Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira
- Fabricio Moreira de Bastos
- Fernando Cerimedo
- Filipe Garcia Martins
- Giancarlo Gomes Rodrigues
- Guilherme Marques de Almeida
- Helio Ferreira Lima
- Jair Bolsonaro
- José Eduardo de Oliveira e Silva
- Laercio Vergilio
- Marcelo Bormevet
- Marcelo Costa Câmara
- Mario Fernandes
- Mauro Cid
- Nilton Diniz Rodrigues
- Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho
- Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira
- Rafael Martins de Oliveira
- Ronald Ferreira de Araujo Júnior
- Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros
- Tércio Arnaud Tomaz
- Valdemar Costa Neto
- Walter Souza Braga Netto
- Wladimir Matos Soares
A PF afirma que a divisão de tarefas entre os indiciados permitiu a individualização das condutas e a comprovação da existência da organização criminosa. O próximo passo é a análise do caso pelo STF, que decidirá sobre o prosseguimento das ações judiciais contra os envolvidos.
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