O governo de São Paulo, realizando reestruturações em escolas do estado de São Paulo, planeja fechar mais de 300 classes. No entanto, a medida afetará apenas 35 regiões, deixando 9 de fora.
Segundo a Secretaria de Educação, por mais que a transferência de alunos não vá acontecer, 0,3% das 104 mil classes serão redimensionadas. Porém, para a Apeoesp, a decisão tomada pelo governador Tarcísio Freitas (Republicanos) consiste em uma maneira de realizar uma reorganização disfarçadamente.
Além disso, pontuaram que essa medida pode sair só do âmbito do fechamento das classes, e acabar fazendo com que as escolas também fechem.
Sindicato dos Professores X Secretaria da Educação
Segundo ainda o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) Araras é a região mais afetada, contando com um total de 36 classes fechadas dentre as 18 escolas de lá. Logo em seguida vem Osasco, com 9 escolas que terão classes reduzidas.
De acordo com a presidente do Sindicato, a professora Bebel, os alunos precisam de espaço para debater temas como os ataques que andam acontecendo. Sendo assim, ela também explicou que a superlotação da sala teria como principal consequência a desumanização do aprendizado nas escolas:
Dentre as outras consequências possíveis, segundo o Sindicato, estão:
- sobrecarregamento dos professores
- alunos dispersos em sala de aula, justamente por contarem apenas com um(a) professor (a)
- demissão de professores
- menor liberdade para ensinar, precisando utilizar modelos rápidos de avaliação
Integrantes do sindicato denunciam que até mesmo escolas que contam com 21 alunos tiveram suas salas fechadas, e consequentemente, alunos realocados. ”A qualidade de ensino tem a ver sim com a quantidade de alunos presentes em sala de aula”, desabafou.
A Secretaria da Educação afirmou que as classes seriam incorporadas em outras de uma mesma unidade. Sendo assim, seriam colocados até 30 alunos por classe – o que o Sindicato não gosta nada, já que defende que uma turma tenha no máximo 25 alunos -.
A secretaria diz: ”A Seduc-SP dialoga com a rede a otimização da formação de classes com até 30 alunos. Se ao final de cada bimestre, constatar o aumento ou diminuição da demanda escolar, a Diretoria de Ensino deverá reavaliar e proceder ao devido redimensionamento, adequando à realidade local e com total garantia pedagógica do ensino aos estudantes”.
Ano de 2015 e a medida polêmica da Secretaria da Educação
No entanto, há 8 anos atrás já aconteceu algo similar. Isto porque no período, a Secretaria da Educação havia anunciado uma nova organização da rede de ensino.
O intuito era que as escolas fossem separadas, e que desta forma pudessem oferecer aulas de apenas um dos ciclos – fundamental I, fundamental II ou ensino médio – a partir do ano seguinte, no caso 2016.
Desta forma, a medida da secretaria contaria com o fechamento de pelo menos 93 escolas. No período, não só os estudantes como os seus pais começaram a protestar. A mudança afetaria também 74 mil professores.
No dia 9 de novembro, como forma de protesto, os alunos começaram a ocupar as escolas. Deste modo, quando chegou no dia 13 já contavam com um total de 196 escolas ocupadas.
Posteriormente, no dia fatídico 14 de novembro, passando a ter o nome de ”Dia E”, foi o dia em que as escolas receberam os pais para esclarecerem as dúvidas.
Chegando a um total de 200 escolas ocupadas, o movimento teve resultado e acabou fazendo com que o então governador Geraldo Alckmin, resolvesse suspender a reestruturação das escolas.
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