Percentual era menor do que 10% antes da pandemia. Além das questões envolvendo a saúde e as ações sanitárias, um dos aspectos que mais sofreu com a pandemia foi a forma de comprar. Apesar de as lojas on-line já existirem, boa parte do público não se sentia segura para realizar pagamentos e, até mesmo, desconfiava das empresas quando o assunto era a entrega. Afinal, em um estabelecimento físico, o consumidor adquire o produto e sai com o que comprou, sem precisar esperar qualquer prazo.
No entanto, com a necessidade de isolamento, isso mudou. Muitos consumidores tiveram que dar um voto de confiança para os estabelecimentos eletrônicos. Já quem realizava compras intensificou o hábito, em vez de sair de casa para uma loja presencial.
Segundo dados da Fundação Getúlio Vargas, as transações online representavam 9,2% das vendas, antes da pandemia. Em julho do ano passado, durante o isolamento, esse índice subiu para 19,8%. Em junho de 2021, o e-commerce representou 21,2% da receita do varejo.
Rápida digitalização ajudou a aumentar as vendas
Diante da pandemia, os empreendedores precisaram agir logo para minimizar os efeitos das lojas fechadas. Quem olhou para a internet com mais cuidado conseguiu extrair dela o que precisava para sobreviver.
Independentemente do setor, vários negócios começaram a operar no meio digital. Restaurantes presenciais, por exemplo, passaram a atender as entregas por aplicativos. Por sua vez, revendedores encontraram plataformas para divulgar produtos, além de fazer a divulgação pelas redes sociais.
As empresas que tinham presença digital se adaptaram mais rápido à situação. Um dos casos de maior sucesso foi o da Magalu. A rede varejista já possuía várias ações na internet, entre elas, divulgar estes folhetos on-line com as promoções da Magazine Luiza, com vários equipamentos automotivos em promoção; e cupons de descontos especiais, vender pelo site, ter participação ativa nas redes sociais e investir pesado no marketing digital.
Porém, na pandemia, a empresa surpreendeu ainda mais. Uma das medidas tomadas foi a criação do Parceiro Magalu – uma plataforma para que pequenos varejistas pudessem vender seus produtos. Além disso, a companhia permitiu ainda que os consumidores pudessem retirar as compras nas lojas físicas, otimizando assim a logística e garantindo um prazo rápido aos clientes.
Compras on-line surgiram para ficar
Apesar de todos os problemas causados pelo coronavírus, a crise sanitária trouxe reflexões e oportunidades que muitos não enxergavam. O trabalho 100% presencial, por exemplo, não é garantia de produtividade em uma empresa. O home office mostrou que é possível ter equipes bastante eficientes, independentemente de onde cada profissional esteja.
O mesmo vale para as compras. É possível adquirir diversos produtos sem precisar sair de casa, enfrentar filas e carregar sacolas. Com apenas alguns cliques, os consumidores podem solicitar o que desejam, de comida a artigos de farmácia.
Dessa forma, o que se espera no pós-pandemia é que compradores estejam mais exigentes na hora de fazer compras, e até que pensem duas vezes se precisam mesmo sair de casa. De acordo com o Relatório Varejo 2021, 62% dos consumidores pretendem continuar comprando mais pela internet do que faziam antes.
O estudo apontou ainda que 75% das pessoas querem ir a lojas que não tenham filas ou que a experiência seja prática. Em outras palavras, existe uma intenção e ansiedade para a volta aos comércios tradicionais, porém, a maior parte deseja que as compras sejam mais rápidas – assim como são nos e-commerces.
Pelo o que se tem visto, a pandemia trouxe desafios e algumas oportunidades, inclusive para o mercado de varejo. Enquanto as lojas se mantinham fechadas, e os consumidores estavam inseguros de sair de casa, os estabelecimentos on-line mostraram as vantagens que possuem, o que fez com que os consumidores repensassem a forma de fazer compras. Porém, essa mudança não será restrita apenas à pandemia. Ao que tudo indica, novos comportamentos vieram para ficar.
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