Notícias

Neurocirurgião esclarece mitos e verdades sobre a epilepsia

De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 3 milhões de brasileiros possuem epilepsia, aproximadamente 1,4% da população geral. “A epilepsia é um distúrbio crônico no cérebro, caracterizado por diversos fatores e caracterizado pela recorrência de crises espontâneas, ou seja, não provocadas por substâncias tóxicas ou medicamentos”, explica o neurocirurgião e professor de Neurocirurgia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Feres Chaddad Neto. Além do preconceito, o médico ainda aponta que a maior parte da população conhece pouco sobre a doença.

“Clinicamente, as epilepsias são caracterizadas por crises convulsivas ou não convulsivas, que são causadas por descargas parciais ou generalizadas no cérebro. Esta condição tem consequências neurobiológicas, cognitivas, psicológicas e sociais, que prejudicam diretamente a vida do indivíduo”, esclarece Feres Chaddad Neto.

As causas são variadas, podem ocorrer em virtude de uma simples tendência a crises, determinada por fatores genéticos, ou em função de lesões bem definidas do sistema nervoso. “A maior incidência da epilepsia acontece no primeiro ano de vida e volta a aumentar após os 60 anos de idade. Cerca de 30% dos pacientes continuam apresentando crises mesmo com o tratamento anticonvulsivante. Nesses casos, a cirurgia pode ser uma opção, mas para ser indicada, é necessária uma investigação minuciosa para que o paciente evolua sem crises nem déficits neurológicos e melhore sua qualidade de vida”, afirma o neurocirurgião.

“No cérebro, a comunicação entre os neurônios é feita por meio de impulsos elétricos. Nas pessoas que possuem epilepsia, durante as crises, esses impulsos acontecem em excesso, provocando desde sintomas como formigamento e confusões mentais, até convulsões. A doença pode ser desencadeada por problemas que afetam o sistema nervoso como traumatismos e infecções.”

Tipos de crises

Quando se trata de crise epilética, a primeira referência que temos são as convulsões. No entanto, existem muitos tipos de manifestações da doença. O mais conhecido é o ataque epilético, caracterizado por contrações musculares, salivação intensa, respiração ofegante, mordedura da língua e descontrole da bexiga.

“Há outro tipo de crise, caracterizado por um desligamento ou ausência. O paciente mantém seu olhar fixo e perde a comunicação com as outras pessoas por alguns minutos ou segundos. Muitas vezes, esse tipo de manifestação não é sequer percebida pelos familiares”, aponta Feres.

No sentido oposto da ausência, existe a crise de “alerta”, também conhecida como parcial complexa. “A pessoa perde o controle de seus movimentos, geralmente na fala e no caminhar. Há uma alteração da consciência, sem desmaio, precedida a maior parte das vezes por um mal-estar no abdome. Este modelo é uma manifestação do tipo mais frequente da doença, chamado epilepsia do lobo temporal (ELT).”

Estes são alguns tipos de manifestações, mas ainda existem outros que incluem alterações na percepção e na memória. “Geralmente, após a crise o paciente fica bastante cansado e não costuma se lembrar do que ocorreu”, conta o médico. Para indicar o tratamento mais adequado, são necessários alguns exames como tomografia e ressonância magnética. “Eles permitem visualizar mudanças sutis na estrutura do tecido nervoso e no funcionamento de diferentes regiões cerebrais”, acrescenta Feres.

Desvendando os mitos

Existem muitos mitos quando o assunto são as crises epiléticas. O principal deles é segurar a língua da pessoa que está tendo um ataque ou inserir um pano em sua boca para que ela não enrole e se asfixie com a própria língua. “Este é o principal erro que se pode cometer. Além do indivíduo que está ajudando poder machucar a sua mão com alguma mordida involuntária, o paciente pode se engasgar com o tecido em sua boca”, explica o médico.

“Durante uma crise, a língua, como todos os outros músculos, fica contraída. Por isso, não existe nenhum risco de a pessoa engolir ou enrolar a língua.” Também é importante destacar que a epilepsia não é contagiosa. “Não é possível pegar a doença por meio do contato com a saliva ou de qualquer outra forma”, completa Feres.

Além desses esclarecimentos, o neurocirurgião indica a melhor maneira de auxiliar uma pessoa que está tendo um ataque: “O mais indicado é não segurá-la, não colocar objeto algum em sua boca, mas sim posicioná-la deitada de lado, acomodar a sua cabeça e afastar os objetos com que ela possa se machucar. Espere o indivíduo recobrar a Feresconsciência e explique a ele o que aconteceu. Se a crise durar mais de cinco minutos, chame o socorro médico”.

Quer receber as principais notícias do Portal N10 no seu WhatsApp? Clique aqui e entre no nosso grupo oficial. Para receber no Telegram, clique aqui

Romário Nicácio

Administrador de redes, estudante de Ciências e Tecnologia (C&T) e Jornalismo, que também atua como redator de sites desde 2009. Co-fundador do Portal N10 e do N10 Entretenimento, com um amplo conhecimento em diversas áreas. Com uma vasta experiência em redação, já contribuí para diversos sites de temas variados, incluindo o Notícias da TV Brasileira (NTB) e o Blog Psafe. Sua paixão por tecnologia, ciência e jornalismo o levou a buscar conhecimentos nas áreas, com o objetivo de se tornar um profissional cada vez mais completo. Como co-fundador do Portal N10 e do N10 Entretenimento, tenho a oportunidade de explorar ainda mais minhas habilidades e se destacar no mercado, como um profissional dedicado e comprometido com a entrega de conteúdo de qualidade aos seus leitores. Para entrar em contato comigo, envie um e-mail para romario@oportaln10.com.br.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Botão Voltar ao topo
Dicas para clarear seus dentes de forma simples! Os perigos de consumir fast food! Evite o estresse crônico: aprenda a desacelerar! A IA Mia: uma revolução na detecção de tumores. Pílula do exercício: a nova revolução da ciência. Como encontrar o exercício que combina com seu estilo de vida. Você conhece os sintomas da doença celíaca? Conheça estratégias para manter as crianças longe da obesidade! As principais razões por trás da perda capilar reveladas! Transforme sua rotina com estas dicas de beleza!

Adblock detectado

Olá pessoal! O acesso ao nosso site é gratuito, porém precisamos da publicidade aqui presente para mantermos o projeto online. Por gentileza, considere desativar o adblock ou adicionar nosso site em sua white-list e recarregue a página.